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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Relações cortadas por Heranças & Empréstimos

“Não gosto de emprestar dinheiro para os amigos. Além de perder dinheiro, perco também um amigo”. Ouvi essa frase de um conhecido e acho que foi a declaração mais correta que ele já disse. Basta ler as colunas sociais ou olhar ao nosso redor para ver quantas amizades já foram desfeitas por causa de dinheiro ou negócios. E o problema não atinge só as amizades, mas também as relações familiares.

Existe coisa mais triste para um pai que lutou durante uma vida toda para oferecer tudo do bom e melhor para os filhos, acabar morrendo de desgosto por vê-los brigando pela herança? Não, não há. Muitos não esperam nem o corpo esfriar no caixão e já estão brigando. Se algum instituto resolver apurar quantos irmãos deixaram de se falar por causa da disputa material vai ter dificuldades, pois são muitos. Há casos em que essa disputa foi além dos Tribunais e acabou de forma trágica por causa da ganância.

O valor material nem precisa ser muito grande. Qualquer pedaço de terra ou objeto serve como motivo de brigas e disputas. Se alguém nunca atravessou por conflitos familiares em função de heranças ou empréstimos, considere-se privilegiado. No momento, quem passa por essa dor de cabeça é a minha família. O motivo? Sem citar nomes (obviamente), vou mostrar como um desentendimento pode começar por motivo besta.

Nosso apartamento possui duas vagas na garagem, sendo que nós temos apenas um veículo. Durante 20 anos emprestamos estas vagas para outro parente que possui dois automóveis, mas só tem uma vaga na garagem. Em troca, colocávamos o carro na vaga da garagem dele que é de difícil acesso e exigia muitas manobras. Agora que trocamos o veículo por outro mais largo, ficou praticamente impossível estacionar nesta vaga. Solução? Pedimos de volta nossa garagem original que é de fácil acesso. Porém, esse pedido não foi bem recebido e gerou desentendimento com muitas caras emburradas.

A vida é assim mesmo, muitas vezes fazemos algo com objetivo único de beneficiar o amigo/parente que gostamos. Só que - com o tempo - essa pessoa não consegue mais viver sem este benefício, pois o considera seu por definitivo. E quando você tenta retomar o empréstimo... o estrago está feito. Também já passei pela fase de pedir emprestado achando que não precisaria mais devolver. Uma vez pedi o aparelho de parabólica que minha tia não usava, para aproveitar a antena do prédio. Depois de três anos ela pediu de volta e eu fiquei chateado. Mesmo assim, devolvi e comprei outro.

Por isso não gosto de emprestar nada e nem pedir emprestado. É humilhante ter que devolver algo quando você ainda precisa. Se for pra pedir algo emprestado, beleza, desde que tenha data final para devolução. Caso contrário o tempo passa, a pessoa pensa que aquele objeto é dela por definitivo e o proprietário fica até com vergonha de pedir de volta. E quando ele pede que devolva o que lhe pertence, o que acontece? Intrigas e relações de amizades desfeitas ou abaladas.
fonte: http://blogassuntosdiversos.blogspot.com.br

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